Então é natal...
Antes do saldão final de ano novo, gostaria de ressaltar o timing desse que vos fala para reiniciar as atividades na última rodada do campeonato. Ano que vem, prometemos - isso mesmo, o tempo verbal aqui é igual o de entrevista coletiva - ser mais pontuais e atuantes. Copa do Mundo, minha gente!
Enfim, sobre o Brasileiro. Muito se fala pela imprensa séria de que esse foi um campeonato marcado pelo equilíbrio, que enfim o Brasil se adaptara à fórmula dos pontos corridos. Pois defendo que o dito equilíbrio não necessariamente revela a qualidade do campeonato, e sim um reflexo da irregularidade dos times que se alternaram na liderança.
É só comparar com campeonatos de pontos corridos anteriores onde a média de aproveitamento percentual do time vencedor gira em torno de 67% contra os 57% apresentados pelo Flamengo esse ano. Essa média permanece na casa dos 67% se considerarmos somente os últimos três campeonatos, que tiveram 20 clubes e 38 partidas.
Longe de ser demérito do Flamengo, que arrancou de um 14º lugar até a liderança. Mas até o Flamengo deu seus tropeços. Só lembrar do empate com o Goiás em casa - que é um caso curioso; em um domingo só se falava em mala branca e na outra semana, quando derrotaram o São Paulo, parecia que o assunto nem existia - e da derrota para o Barueri na 32ª rodada.
Galo foi líder, Inter foi líder, Palmeiras foi líder, São Paulo foi líder. Mas parece que ninguém tava com muita vontade - ou teve a devida competência - para tomar conta da liderança e o Flamengo se aproveitou para tomar o posto. Flamengo que também contou com a sorte, não podemos se esquecer. Enfrentar nas duas rodadas decisivas duas equipes que não tinham o menor interesse na vitória não deixa de ter sido sorte.
Culpa do Flamengo? Nenhuma. É sorte que, em condições normais de temperatura e pressão, seria um baita azar. E penso até que o Flamengo teria plenas condições de vencer ambas as equipes em circunstâncias normais. Mas não deixa de revelar uma faceta infeliz do campeonato de pontos corridos. Rivalidades e outros tipos de interesses que afetam a vida de terceiros que nada tem a ver com isso. Nada de conspiração no meio, que fique claro. Flamengo ganhou por merecimento.
"Mas aquele seu time ridículo fez um papel patético, pipocou no final, amarelou e _______________ (insira aqui qualquer ofensa gratuita ao São Paulo, que todo mundo jura que não se importa)", prevejo comentários furiosos abaixo. Vamos por partes.
O time começou mal das pernas e amargou o meio da tabela graças ao desgaste entre time/diretoria/treinador. Chegou o Ricardo Gomes e fez um trabalho digno com a equipe montada pelo Muricy e sem nenhum reforço impactante no meio da temporada. Conseguimos uma arrancada boa e éramos postulantes ao título até que lesões e o fator STJD comprometeram o desempenho. Perder pra Botafogo e Goiás representam amarelada? Pra nação anti-são paulina que jura que não se importa e que não secou, eu aposto que sim. Não foi exatamente o resultado dos sonhos para nós, mas penso que mais revela um elenco que não era tão satisfatório quanto críamos e que na hora da onça beber água, faltou material humano. Tivéssemos 100% do nosso potencial a disposição , o resultado poderia ser outro. Mas como não vivemos de "se", bola pra frente.
Temporada ruim? De forma alguma. Mesmo com a energia negativa de todo país, terminamos na terceira colocação, chegamos na última rodada com chances matemáticas de título e nos classificamos para a sétima Libertadores seguida. Torcedor que alega fracasso certamente não se recorda de tempo em que Rogério Pinheiro, Wilsão, Isasi, Carabali, Fábio Santos e outras bombas que nos eram apresentados como esperança. E o adversário que disso ri certamente se preocupa mais com o verde da grama vizinha do que com a vitalidade do seu próprio jardim. Se isso é uma temporada ruim, eu tenho pena da pequena parte de mim que insiste em torcer pelo Gama.
Enfim, foi um bom campeonato. Tivemos Adriano e Tardelli metendo gol a rodo, Ronaldo bem enquanto o físico permitia, Barueri e Avaí fazendo campanhas surpreendentemente satisfatórias; além da recuperação impressionante do Fluminense para fugir do rebaixamento. De ruim, o episódio do Couto Pereira. Além das palminhas do Felipe, né? Vergonha na cara, minha gente.
Depois dessa bíblia, estou quase a finalizar. Deixou aqui o apelo para o cessar das animosidades nesse singelo espaço virtual, onde a galhofa sempre foi muito mais importante do que a informação de fato. Não nos levemos tão a sério! Prefiro ver o Brasiliense na série A do que ver meu nome sendo associado com credibilidade! Que o espírito permaneça!
Deixo aqui meus votos para uma boa temporada 2010 para os fortes que suportaram até o final desse texto. Despeço com sugestões de posts nessa época onde bombam peladas de casado e solteiro: contratação mais inútil, especulação mais sem sentido (estilo "Seedorf no Mengão?!") e maior arroz de festa em jogos beneficentes (não vale Eri Johnson, hein?)
Namastê!
1 Bolas pro Mato:
At 2:40 PM, Deia said…
Porque o Sport tinha UM INTERESSE sem tamanho! Tanto quanto o Sto. André!
Postar um comentário
<< Home