Meia-Boca Futebol Clube

Porque como diria Nelson Rodrigues: "Só jogador mediocre faz futebol de primeira"

2.7.10

A Seleção Brasileira não é o México, ou Como o Dunga me ensinou a perder

O fato é a desclassificação. Eu não sei se é triste mesmo ou só chato, mas só consigo ficar é com raiva. Raiva é tudo o que consigo sentir pela seleção nos últimos 8 anos. Não que 2002 tenha sido um mar de rosas, mas foi um título, oras. A desclassificação de hoje só vem confirmar que a coisa vai além das "teorias da globalização do futebol", que tentam explicar as mudanças na geopolítica da bola em termos dos cada vez mais constantes intercâmbios entre jogadores de países latinos sem tradição, asiáticos ou africanos para grandes centros, e que tem a ver muito mais com postura e preparação, o que vai além, também, da camisa, como ficou muito claro nessa copa, com os casos da Itália, que suou pra não perder pro Paraguai, a França, a deprimente França do Domenech, e a Inglaterra, com o jogo que há de ficar para os anais da Copa, contra a Argélia.
A Seleção Brasileira jogou como o México contra a Argentina. Mas era o Brasil, 5 títulos, Kaká, Robinho, Super Lúcio, Maicon, o Terrível, nomes fortes, jogadores de grandes times. Entrou tranquila, mais um jogo, OK, tradição, Holanda, quase freguesa. Mas da mesma forma que o México, time sem tradição, sem título, sem grandes nomes, a Seleção Brasileira leva um gol e perde a direção. O gol contra o México ainda foi um erro do juíz, o que é mais desestabilizante ainda. No caso da Seleção Brasileira foi um erro de posicionamento de um jogador, que não merece mais do que um simples adjetivo, que todo mundo está cansado de fingir que nao existia mas que estava esperando só o momento mais necessário pra aflorar: descontrolado, Felipe Melo, completamente.
Descontrolado foi o adjetivo deste jogo da seleção, da campanha da seleção, do técnico da seleção, e foi e sempre será o adjetivo do Felipe Melo, só me impressiona, pensando agora, como ninguém, nenhum comentarista nunca levantou esse ponto como algo a ser trabalhado no grupo e na idéia de "companheirismo" do time, considerando que parece que esse infeliz entrava forte até nos treinos, nos próprios companheiros.
Ouvi o Casagrande falar sobre como essas "surpresas" da Copa se fortaleceram justamente com o fluxo de jogadores para o exterior, e a importância dessas experiências para formar times nacionais mais estruturados, e pensei nessa contraposicão, entre México e Brasil. Se formos pensar por esse ângulo, não faz a menor diferença ter times formados por jogadores com experiências internacionais ou grandes títulos em clubes famosos, quando não se tem foco e preparação para a coisa mais importante no trabalho desses jogadores: jogar o jogo, porque se se esquece o que está acontecendo naquele momento, você não consegue se concentrar no fato de que é preciso ganhar, mas pra ganhar é preciso jogar.
Desculpem os Parreiristas ou aqueles a favor dos pontos corridos, mas numa Copa do Mundo, é preciso ganhar, é o objetivo final, colocar a maldita bola no maldito gol mais vezes do que o seu adversário. Mas nem sempre atingimos nossos objetivos de cara, claro. E é preciso saber, também, perder, estar perdendo. E saber jogar perdendo é o que separa um time que realmente SABE JOGAR FUTEBOL de uma equipe de segunda linha, esteja ela entre seleções nacionais ou mesmo num campeonato de rua. Com toda a experiência internacional, os jogadores do Brasil, assim como os do México, não souberam jogar o jogo, com a cabeça no objetivo final, e por isso perderam.
É triste pensar que se esquece completamente de ensinar as pessoas que vivem do jogo a perder, a revisitar, a assumir problemas e tentar resolvê-los. Acho que a postura do Dunga foi refletida sem nenhum retoque necessário nesse jogo e nos jogadores: descontrole, desequilíbrio, agressividade descontrolada e mal-direcionada.

Caso pra psicólogo.

Divã pra nossa seleção, em 2014.

E assim, a seleção nos ensina a como perder, sem nenhuma dignidade.

Roberto Carlos, você está redimido. O par-perfeito Felipe Melo/Dunga tomará seu lugar na próxima malhação do Judas.

E agora? Meu palpite é Alemanha (na verdade, a Alemanha era meu palpite desde a primeira fase, mesmo contra o Brasil).

Mas o Uruguai está aí, hein, gente! Luganito arrasaaaando...




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