Meia-Boca Futebol Clube

Porque como diria Nelson Rodrigues: "Só jogador mediocre faz futebol de primeira"

28.12.09

E o Oscar de maior palhaço do ano vai para...Oscar. E para quem teve coragem de soltar essa cretinice.

Como fiz o post sobre os grandes palhaços do ano, me sinto obrigado a definir o grande vencedor. E incrível, ele não estava na lista original, prometia passar longe de qualquer lista de babacas no futuro mas, veja só, não se aguentou e revelou quem verdadeiramente é no final. Parabéns, Oscar. Você é o grande palhaço do ano. Meus votos para que sua carreira siga os mesmos passos gloriosos da carreira do Denner. Você merece, campeão. E obrigado por me ajudar a lembrar dois clichês que costumo ignorar mas são importantíssimos: qualquer coisa só acaba quando acaba e o ser humano não presta.






25.12.09

Das especulações non sense


"O Botafogo estabeleceu como meta a contratação de um jogador capaz de fazer o Engenhão lotar. Por isso, o clube chegou a preparar um projeto para apresentar a Ronaldinho Gaúcho, que, entretanto, ficará no Milan até, no mínimo, julho do ano que vem. Mas a obsessão de ver o craque na casa alvinegra é tanta, que a diretoria apresentou um convite oficial para que o Estádio João Havelange seja o palco da edição 2010 do Natal Show de Bola, amistoso beneficente que reúne amigos do jogador."

Pense comigo: apresentam um projeto que não foi aceito. Aí pensam: "Vamos apresentar uma contra proposta GRAÚDA e oferecer nosso estádio pra pelada de fim de ano! Nao tem como ele recusar!". Boa, Fogão!

É mais ou menos como a notícia velha do presidente do Boa Vista querer levar o Vieri pra lá por causa da praia e da mulherada. Mas nesse caso é totalmente alternativo, tem o meu apoio absoluto e irrestrito!

13.12.09

Danilo e o Mal-Estar na Civilização





Disse Freud, e eu concordo, que a civilização é legal, maneira, é massa ter avião, twitter, internet, mas, para conquistarmos e desfrutarmos pacificamente de nossas conquistas, precisamos renunciar a alguns desejos bem peculiares, como matar quem você não gosta e sair por aí comendo sua mãe e quem mais você achar por bem comer. Sublimamos os nosso desejos mais primitivos e aí vamos fazer arte, ciências e coisas do tipo para ter prazeres socialmente aceitáveis. Assim, por melhor que seja a civilização moderna, sempre vai ter um núcleo de infelicidade, de descontentamento por não podermos ser os selvagens que, lá no fundo, queremos ser.

No meu caso, acho que nada explica melhor o embate entre civilização e selvageria como o futebol. Não é fácil ser torcedor de futebol e manter a civilidade, a racionalidade. Exemplo mais relevante atualmente é o Belluzzo, por mais que eu critique, ache ridículo, entendo o sujeito, o futebol costuma libertar o selvagem que existe dentro de todos nós e que deixamos preso para vivermos em sociedade. Em outras situações, tenho perfeita relação com meu selvagem, ele não sai, ficamos bem, eu mantenho minhas neuroses diárias e nada de extraordinário acontece. E vem o futebol. E aí eu tento equilibrar a selvageria com a civilização, e é um equilíbrio complicado, tênue, estilo paz entre palestinos e israelenses.

Quando eu achava que estava tudo bem, que o ano tinha realmente acabado, que eu tinha me livrado por pelo menos um mês da raiva, do ódio e do remorso pós-xingamentos e provocações sem sentido, leio que Danilo assinará com o Corinthians.. Não sei se vocês se lembram, mas quando o blog estava ativo em 2006, fiz um post louvando o sujeito, dizendo que ele era o maior camisa 10 tricolor desde Raí, sempre decidia em clássicos, principalmente contra o Corinthians, e não merecia nunca ficar no banco.

Pois bem, tentarei descrever o conflito entre civilização e barbárie que marca minha relação com o futebol a partir do caso Danilo. O que me diz a razão?

1 - O amadorismo acabou há muito tempo e eu só vi jogadores tendo alguma ligação com o clube que defendiam, como Raí, por falta de dinheiro e interesse da Europa. Não há mais conexão emocional, emotiva do jogador com o clube que defende, é uma relação puramente financeira. Seja racional, portanto, e deixe de louvar jogadores, gritar nomes de caras que pouco se importam para você ou para o clube e só estão em busca do próprio interesse. Eles jogam em busca do próprio interesse, o Tricolor é campeão e você comemora pelo Tricolor, não pelos jogadores. Adam Smith, Adam Smith.

2 - Danilo nunca foi unanimidade no tricolor, meu post antigo é sintoma disso, afinal defendo o sujeito dos ataques da maioria da torcida. Logo, ele sabe muito bem que poderia passar pelo mesmo calvário que passou nos últimos meses de Tricolor e decidiu mudar de ares. Compreensível, meu eu racional concorda com a decisão do sujeito.

3 - Em conexão com o primeiro motivo, o Corinthians ofereceu salário melhor, ele julgou ser mais vantajoso defender o time odiado pela torcida que ama e torce pela camisa que o fez ser o que é hoje, um jogador valorizado, é assim que funciona o mercado. Mais uma vez, meu eu racional diz beleza, você fez certo. Hoje o Corinthians tira um cara que foi ídolo no São Paulo, amanhã o São Paulo tira um que já foi do Corinthians, aceite.

Agora, ao irracional:

1 - Eu chamei o cara de maior camisa 10 da história Tricolor desde Raí. Retiro e me dou trinta beliscões como punição por não ter visto o canalha que ele é. Espero que foda o joelho e acabe a carreira no belo departamento médico do Corinthians, aquele que não consegue, depois de um ano, fazer o Ronaldo perder uma grama. E o meu selvagem é tão cruel que já faz planos de ir ao hospital, entregar uma camisa do Tricolor para o Danilo com o nome dele escrito e, no lugar do número, que ERA O 10, SEU CANALHA, SACRÍLEGO!, uma cruz simbolizando o fim da carreira do traidor. É isso aí.

2 - Zidanilo? Agora é só Danilo, meu caro, e, se você ficou chateado com a torcida do São Paulo, com razão, eu concordo, sofrerá muito mais nas mãos dos torcedores que invadem gramados quando o Timão não cumpre a obrigação de vencer o campeonato que nunca venceu. E espero que sofra, e sofra bastante. O selvagem dará gargalhadas quando você receber a bola, parar, refletir sobre as goiabas que comia em Goiânia, sobre a vida, o tudo e o nada, perder a bola e a torcida do Corinthians começar a chamá-lo de filho da puta para cima. GARGALHADAS. Ah, e chamará você de filho da puta também.

3 - Pra sintetizar? Vá tomar no cu traidor filho da puta.

E é isso. Existe acordo entre o racional e o irracional? Não falam a mesma língua, não possuem a mesma lógica de pensamento, são como, e agradeço a todos por reconhecerem minha originalidade metafórica, água e vinho. Eu me vejo com as seguintes opções: manter o equilíbrio entre os dois lados, soltando o selvagem durante os jogos e continuar sofrendo aquela ressaca moral desgraçada depois. Ceder totalmente ao irracional, virar membro da Independente e, na melhor das hipóteses, morrer aos 25 anos e, na pior, ser preso e "lulalizado" pelos meus companheiros de cela. Finalmente, entregar os pontos ao racional, mas é muito, mas muito difícil tirar algum prazer do futebol sem o selvagem ali, pulsando e é foda, eu preciso liberá-lo de vez em quando para não virar um neurótico paralisado.

O mais sensato me parece seguir o conselho de Freud, manter a paz possível entre os dois e tentar ser um neurótico comportado. Ceder definitivamente para qualquer um dos lados é desagradável. Enfim, sugestões de quem observa o conflito de fora? Acho que preciso de um mediador externo e neutro. Tipo um analista, observa ironicamente quem chegou até o final e está meio, melhor, totalmente, chocado com o que leu.

12.12.09

Despedida de Danrlei

Tá lá, passando no Sportv, estádio lotado, a torcida do Grêmio e as canelas do mundo celebrando a despedida de Danrlei, Dinho e outros ícones da geração gremista de 95. Em momentos mais pacíficos, eu poderia fazer um post brincando com os que estão em campo, com o jogo, com os narradores e com todo o resto que envolve o evento, mas contrariemos toda a história de Danrlei no futebol e valorizemos a paz.

Só não consigo conter o espirito de homenagem que tomou conta do meu ser. Ver Paulo Nunes celebrando gols, Jardel e outros grandes e inesquecíveis craques sendo louvados pela torcida do Grêmio me traz a vontade arrebatadora de mandar, com todo carinho e dedicação, um belíssimo vai tomar no cu ao querido ex-presidente do São Paulo, Paulo Amaral. Sim, ele, Raí, o homem que meteu dois gols em final de mundial, um deles a falta mais bem batida da história do futebol, não recebeu nenhuma homenagem da diretoria visionária que contratou Paulão, Jean e outros gênios do futebol.

PS: eu acho que o Jardel está mamado. E uma dica para os clubes da primeira divisão em busca de centroavante ágil, veloz, matador e inteligente: Jardel está no mercado, é o único jogador de 95 que ainda é profissional, vontade de Deus, diz ele. Escutem O Criador. De nada.

8.12.09

Piada Nova

Credo, vocês escrevem demais.

Mas agora vamos zuar outro time:

Piada de Facebook de um colega meu que eu achei simplesmente genial e queria compartilhar:

"Ouvinte da CBN há pouco: SP tem 63 pontos de alagamento. Em uma manhã, a chuva fez mais pontos que o Palmeiras no Brasileirão. Vale lembrar: a chuva estaria na Libertadores. Já o Palestra..."

Esclarecimentos

Amigos, romanos e compatriotas! Companheiros e companheiras! Irmãos e irmãs! Vamos nos lembrar, primeiro, que o nosso blog não é nada além de reflexões, jocosas ou mais profundas, sobre o esporte que tanto tempo nos ocupa. Em nenhum momento, em post algum, tive a intenção consciente, deliberada de ofender e diminuir o time de ninguém. Tudo o que escrevi teve um único propósito: ser engraçado. Sinceramente, acho que não consegui alcançar meu propósito. Portanto, façam como Seinfeld: sintam-se ofendidos como humoristas, não como torcedores do time x ou y.



O que aconteceu comigo pode ser explicado pelo senso comum, por um economista liberal e pelo próprio futebol. Ao senso comum: foi sem querer. Hayek, o economista liberal: por mais que os economistas construam suas estruturas ambiciosas de planejamento econômico, que todo setor da economia sirva ao planejamento dos economistas, que todos nós sejamos obrigados pelo Estado a agir dentro das diretrizes do plano, algo vai escapar, uma merda vai acontecer, a realidade é complexa demais para ser paralisada e controlada por um plano qualquer. E, finalmente e mais importante, o futebol: o próprio São Paulo, tão citado, servirá de exemplo. Planeja o ano inteiro, os jogadores que contratará, quem usará em quais competições, paga o salário em dia, tem ótima estrutura e...toma dois golaços absolutamente improváveis nos dois jogos mais importantes do campeonato. Enfim, depois de tanta enrolação, só quero dizer que não prevemos as consequências de nossas ações, mesmo tendo um plano racional, como era o meu de apenas fazer rir, e, portanto, peço desculpas a todos que ficaram ofendidos.



Agora, ao segundo esclarecimento. Sinto dizer, mas acho que a única culpa da torcida do São Paulo é o time ter vencido campeonatos importantes nos últimos quatro anos. Pois antes, quando passamos 10 anos ganhando paulistas e comemorávamos, ninguém nos chamava de arrogantes e de prepotentes. Agora, quando finalmente, depois de tanto tempo e sofrimento, ganhamos três brasileiros e uma libertadores, não temos o direito básico, natural e inalienável de qualquer torcedor de futebol: comemorar o título, falar que o seu time é o melhor time do mundo e falar que o time do seu amigo é o pior.



Pelo lado racional, pelo que não torce por futebol, não acho que o São Paulo seja maior e mais importante do que qualquer outro time grande do Brasil. Porém, quando o meu time ganha uma libertadores e um mundial e, depois, ganha três brasileiros seguidos, eu me sinto no direito de ser irracional e falar que o meu time é o melhor do mundo, mesmo sabendo que Zé luis está em campo, que Fabão está em campo. E, se eu encontrar um torcedor do Barça, ainda falo que o time dele é uma bosta e que o W9 é mil vezes melhor do que o Ibra.



Defendo, e continuarei a defender, todo torcedor que vê seu time ganhar, zomba do adversário e se acha o melhor do mundo. O futebol é popular por diversos motivos, mas o de dar ao torcedor a sensação de não ser o bosta que ele acha ser, o inútil, o merda mas de ser parte de uma coletividade vencedora, gloriosa é um dos mais importantes. É infantil, é fantasioso, mas funciona. E, desde que seja controlado, tem meu total apoio.



Por fim, prepotência e arrogância fazem parte da experiência de qualquer torcedor, são paulinos e flamenguistas, colorados e gremistas, atleticanos e cruzeirenses.



E juro que agora termino. O torcedor do São Paulo, como torcedores de outros times, diz que o time perdeu por causa do STJD, das arbitragens e por quaisquer motivos que não tenham a ver com o time por causa de um mecanismo de defesa do ego bem conhecido: a negação. Não, o tricolor é bom demais, é vencedor, jamais perderia o campeonato sozinho. A culpa do nosso fracasso tem que ser de um ou de vários outros. Aos torcedores iluminados que não pensam assim, meus parabéns, mas não sei se o futebol seria tão divertido se todos fossem como vocês.



A verdade, eu bem sei, é que o São Paulo perdeu por falta de elenco, pelo imprevisível do futebol e pela qualidade dos adversários. Ou um time que precisa apelar para Richarlysson na defesa em um dos jogos mais importantes do campeonato tem elenco? E quantas vezes o Jobson vai acertar o chute que acertou contra o Rogério? E o Flamengo, com Adriano, aquele tanque imparável e Pet em momentos de rara inspiração?



Sobre o Grêmio e a rodada final, calma. Primeiro, não coloquei o Grêmio como palhaço do campeonato, só um de seus jogadores e que, pelo amor de deus, merece. Tudo bem, sabemos o que o Inter fez ano passado. Sabemos o que o Corinthians fez uma rodada antes. E sabemos de vários outros exemplos históricos de corpo mole. Não tenho provas, mas o São Paulo deve ter feito também. Portanto, o Grêmio não está sozinho, não é o maior vilão do futebol brasileiro. Apenas fez o que todo mundo fez. E o que todo mundo faz, convenhamos, pode ser tudo, normal, regra, menos ético e correto. Em um mundo ideal, nada disso aconteceria, o Grêmio sequer cogitaria a possibilidade de colocar reservas e jogaria para valer. No mundo real, porém, uma vez o São Paulo colocou o time titular para jogar contra uma merda qualquer do paulistão, o empate rebaixava o Corinthians, o Tricolor saiu perdendo e o Grafite fez os dois gols da virada. Foi xingado e hoje só é lembrado por isso nas comunidades tricolores. Por outro lado, o São Paulo, aquele São Paulo específico, aquela diretoria específica, foi elogiada pela imprensa pela ética e pelo profissionalismo, principalmente o Grafite.



Portanto, se o Grêmio queria elogios do Brasil inteiro, deveria ter feito como Grafite. Não fez, ficou na vala comum, não condeno pois eu mesmo, em momento de torcedor, fiquei puto com o Grafite, mas reconheço minha falta de ética. Meus votos para que os gremistas consigam fazer o mesmo.



E chega!Paz nos estádios, paz no mundo, paz no meia-boca, por favor! Afinal...












É o fim: acabou-se o Brasileirão.

Acho que o espírito do campeonato brasileiro pode ser resumido em: ninguém aguentava mais o São Paulo (e os São Paulinos, com algumas exceções, que já estão chegando num nível flamenguista de xaropice)

Inveja, sim, pura inveja. Fala sério, três títulos seguidos, libertadores, todo o balacobaco em cima do time regular, bonitinho, com salário em dia e torcida classe C, B e A. Quem não se incomoda, considerando o caos das outras equipes e toda a confusão que acaba prejudicando o próprio campeonato? O São Paulo é exemplo, sim, mas a pretensão também cansa, e pode prejudicar até a própria equipe, que precisa pensar em se renovar e manter a qualidade. Que os outros times aprendam com o São Paulo, claro, mas que o São Paulo também aceite o fato de que futebol, assim como política, não é um mundo bonitinho. Tomara que nos adaptemos a times tão organizados quanto o São Paulo, mas até lá vamos sofrer com problemas de STJD, arbitragem (que também já fez muito pelo São Paulo em outros campeonatos) e rivalidades.

Acho difícil argumentar pela coisa do "material humano", sobretudo com o exemplo do Fluminense desse campeonato. Um time sem grandes nomes, nem grandes continuidades, mastigou a abelha pra tirar o mel, enquanto os times que lutavam pela ponta amarelaram, e esse é o termo, não só pro São Paulo, mas também pro Internacional e pro Palmeiras - e aí, principalmente o Palmeiras, ninguém conseguiu perder mais nesse fim do campeonato!

Cara, acabou. Parabéns, Flamengo, parabéns times da libertadores, aqueles que fugiram do rebaixamento na última rodada, e aqueles que subiram. Aos demais, o que sobrou foi a Sulamericana, ou o limbo. E o próximo campeonato brasileiro, em ano de Copa!

7.12.09

Então é natal...

Antes do saldão final de ano novo, gostaria de ressaltar o timing desse que vos fala para reiniciar as atividades na última rodada do campeonato. Ano que vem, prometemos - isso mesmo, o tempo verbal aqui é igual o de entrevista coletiva - ser mais pontuais e atuantes. Copa do Mundo, minha gente!

Enfim, sobre o Brasileiro. Muito se fala pela imprensa séria de que esse foi um campeonato marcado pelo equilíbrio, que enfim o Brasil se adaptara à fórmula dos pontos corridos. Pois defendo que o dito equilíbrio não necessariamente revela a qualidade do campeonato, e sim um reflexo da irregularidade dos times que se alternaram na liderança.

É só comparar com campeonatos de pontos corridos anteriores onde a média de aproveitamento percentual do time vencedor gira em torno de 67% contra os 57% apresentados pelo Flamengo esse ano. Essa média permanece na casa dos 67% se considerarmos somente os últimos três campeonatos, que tiveram 20 clubes e 38 partidas.

Longe de ser demérito do Flamengo, que arrancou de um 14º lugar até a liderança. Mas até o Flamengo deu seus tropeços. Só lembrar do empate com o Goiás em casa - que é um caso curioso; em um domingo só se falava em mala branca e na outra semana, quando derrotaram o São Paulo, parecia que o assunto nem existia - e da derrota para o Barueri na 32ª rodada.

Galo foi líder, Inter foi líder, Palmeiras foi líder, São Paulo foi líder. Mas parece que ninguém tava com muita vontade - ou teve a devida competência - para tomar conta da liderança e o Flamengo se aproveitou para tomar o posto. Flamengo que também contou com a sorte, não podemos se esquecer. Enfrentar nas duas rodadas decisivas duas equipes que não tinham o menor interesse na vitória não deixa de ter sido sorte.

Culpa do Flamengo? Nenhuma. É sorte que, em condições normais de temperatura e pressão, seria um baita azar. E penso até que o Flamengo teria plenas condições de vencer ambas as equipes em circunstâncias normais. Mas não deixa de revelar uma faceta infeliz do campeonato de pontos corridos. Rivalidades e outros tipos de interesses que afetam a vida de terceiros que nada tem a ver com isso. Nada de conspiração no meio, que fique claro. Flamengo ganhou por merecimento.

"Mas aquele seu time ridículo fez um papel patético, pipocou no final, amarelou e _______________ (insira aqui qualquer ofensa gratuita ao São Paulo, que todo mundo jura que não se importa)", prevejo comentários furiosos abaixo. Vamos por partes.

O time começou mal das pernas e amargou o meio da tabela graças ao desgaste entre time/diretoria/treinador. Chegou o Ricardo Gomes e fez um trabalho digno com a equipe montada pelo Muricy e sem nenhum reforço impactante no meio da temporada. Conseguimos uma arrancada boa e éramos postulantes ao título até que lesões e o fator STJD comprometeram o desempenho. Perder pra Botafogo e Goiás representam amarelada? Pra nação anti-são paulina que jura que não se importa e que não secou, eu aposto que sim. Não foi exatamente o resultado dos sonhos para nós, mas penso que mais revela um elenco que não era tão satisfatório quanto críamos e que na hora da onça beber água, faltou material humano. Tivéssemos 100% do nosso potencial a disposição , o resultado poderia ser outro. Mas como não vivemos de "se", bola pra frente.

Temporada ruim? De forma alguma. Mesmo com a energia negativa de todo país, terminamos na terceira colocação, chegamos na última rodada com chances matemáticas de título e nos classificamos para a sétima Libertadores seguida. Torcedor que alega fracasso certamente não se recorda de tempo em que Rogério Pinheiro, Wilsão, Isasi, Carabali, Fábio Santos e outras bombas que nos eram apresentados como esperança. E o adversário que disso ri certamente se preocupa mais com o verde da grama vizinha do que com a vitalidade do seu próprio jardim. Se isso é uma temporada ruim, eu tenho pena da pequena parte de mim que insiste em torcer pelo Gama.

Enfim, foi um bom campeonato. Tivemos Adriano e Tardelli metendo gol a rodo, Ronaldo bem enquanto o físico permitia, Barueri e Avaí fazendo campanhas surpreendentemente satisfatórias; além da recuperação impressionante do Fluminense para fugir do rebaixamento. De ruim, o episódio do Couto Pereira. Além das palminhas do Felipe, né? Vergonha na cara, minha gente.

Depois dessa bíblia, estou quase a finalizar. Deixou aqui o apelo para o cessar das animosidades nesse singelo espaço virtual, onde a galhofa sempre foi muito mais importante do que a informação de fato. Não nos levemos tão a sério! Prefiro ver o Brasiliense na série A do que ver meu nome sendo associado com credibilidade! Que o espírito permaneça!

Deixo aqui meus votos para uma boa temporada 2010 para os fortes que suportaram até o final desse texto. Despeço com sugestões de posts nessa época onde bombam peladas de casado e solteiro: contratação mais inútil, especulação mais sem sentido (estilo "Seedorf no Mengão?!") e maior arroz de festa em jogos beneficentes (não vale Eri Johnson, hein?)

Namastê!

Os palhaços do ano

E acabou. Mais um ano de futebol. Como previsto, o Grêmio fingiu, muito bem aliás, mas fingiu. O Mengão tá aí, confirmando o espírito do tempo e deixando todos os cidadãos de bem ilhados em suas casas. Só irrelevâncias foram rebaixadas, nenhum drama aí. Tricolor pela sétima vez seguida na libertadores, 14 participações no total, recorde absoluto para clubes brasileiros, obrigado. Mas tudo isso não interessa. Queremos saber quem foram os grandes palhaços do ano. Aviso logo, a disputa é acirrada e os comentários não são imparciais. Aos candidatos:

Celso Roth:
Não é tanto pelo medo de ser feliz, mas é por saber que tem medo de ser feliz, por saber que tem Tardelli e Éder Luis como dupla de ataque e Renan de volante e ainda assim ter coragem de aparecer na televisão falando que o Galo será campeão brasileiro. Celso, chega uma hora na vida de todo homem que ele precisa olhar para trás, refletir e, no seu caso, desistir. Por favor.


(aqui, celso quando era um homem de títulos, um grande campeão. tirou o bigode, virou o que virou. volte com o bigodão, celso!)

Belluzo:
Meu desprezo pelo homem é tão grande que não tive paciência nem de entrar na Wikipédia pra ver qual o nome inteiro dele e se a grafia da única parte que sei está correta. Espero que esteja errada. Dizem por aí que o homem é um grande economista. Um dos grandes do Brasil. A julgar pela história da economia do Brasil, não é grande coisa, com todo respeito. Fiquei sabendo, não pelo que dizem, isso escondem, que ele foi o idealizador do Plano Cruzado, ex-secretário de política econômica do Governo Sarney. Boa. Ou seja, antes de fuder o Palmeiras, fudeu o Brasil. Gastou uma grana com o Muricy, outra grana com o Vágner Love e está quebrando o Palmeiras. Mas tudo bem, professor. Eu entendi por qual motivo você assumiu o Palmeiras. Era a dor na consciência por ter proposto o Plano Cruzado. Queria se redimir. Aos meus olhos, está. Mas ainda concorre ao prêmio de palhaço do ano. Não sou assim tão cristão.


(o mestre de belluzzo mostra sereno contentamento com o desempenho de seu pupilo na direção do palmeiras: "vi o potencial do rapaz desde que ele ameaçou estapear o presidente do FMI")

Felipe:
Ganhou um título na vida e já se acha o cara que não foi rebaixado três vezes. Comemora toda defesa como se fosse um gol em final de Copa do Mundo. Ou seja, defender, o que deveria ser algo normal para um goleiro de futebol, é, para nosso candidato a palhaço do ano, uma proeza tão excepcional e difícil que só gritar e pular como um retardado expressa sua felicidade. Pelas palminhas irônicas e pela vontade que mostrou no jogo contra o Flamengo, merece estar entre os candidatos. Palmas para ele!


















(felipe comemora com a fiel a escolha para disputar o palhaço do ano. ou comemora mais uma defesa espetacular!)

Kléber:
O Gladiador. Infelizmente, não estamos mais nos tempos romanos para vermos o sujeito sendo destroçado e esquartejado por trinta leões esfomeados. Mas quem sabe, a Máfia Azul não está moralmente tão distante de quem promovia espetáculos de gladiadores. Eles que se arranjem. A pergunta é: agora que o Palmeiras nem para a libertadores vai, Klebão? Ainda tem vontade de jogar pelo time do seu coração? Palhaço!


(eu não sou misericordioso?!)

Maxi Lopez:
Merecia só pelo cabelo. Mas tem mais. Como o amigo Desábato, não aguentou a pressão de perder para brasileiro e teve que apelar para o velho e batido "macaco". Não entra na lista pelo racismo que, parece, é inato ao argentino - afirmação racista, oi - mas pela falta de criatividade. Aos argentinos racistas que jogarão aqui, fica a dica: mudem de fórmula. Mande o cara ir pra senzala, ele não vai entender e você vai escapar sem problema algum. De nada!


(também estou em choque. essa porra já jogou no barcelona?)

Hélio dos Anjos:
Quem precisa dizer, aos berros, que não tem viado no time é por saber que tem viado e por ter visto alguma viadagem muito cabeluda nos vestiários. Palhaço.

(isso aí, Hélio. macho que é macho encosta cu em pau e agarra outro com as duas mãos!)

Muricy Ramalho:
Aquiles já sabia, Muricy! Quem quer demais, quem é glutão, é punido. Os deuses já fizeram a parte deles e agora você está aí, quebrando o Palmeiras e se preparando para disputar a grande Copa do Brasil. Mas agora chegou a hora da punição do Meia-Boca. Sim, você foi demitido, mas ninguém obrigou vossa senhoria a assumir o vizinho e um dos maiores rivais. Além das declarações sobre o sangue pacífico e tranquilo dos italianos. Batendo no braçinho e gritando aqui é trabalho, porra, escrevo com prazer: Palhaço.


(o único técnico tricampeão brasileiro seguido e palhaço. aqui é trabalho, meu filho.)

Léo Lima:
Não fez nada de especial em 2009, mas o eu fiz gol do título é o suficiente para aparecer em todas as listas de palhaços do ano até o fim dos tempos. Valeu, Léo!


(não desanime, léo. o gol do título ainda virá!)

Sintam-se livres para adicionar novos palhaços.

4.12.09

Liveblogging

Porque aqui é o meu lugar

(Só pra manter o clima de retomada, você compreende)

Meus nobres companheiros já falaram tudo que era necessário sobre esse nefasto ano, não precisamos de mais delongas, concordam? Pois então. Vamos para o que interessa: Copa.

Primeira Copa na África. Já viu, né? Eu estou previamente de saco cheio sobre tudo que dirão a respeito da espontaneidade e alegria do povo africano; as reportagens sobre Nelson Mandela; os horrores do apartheid; as lindas imagens da savana e mais qualquer elemento cultural sul africano digno para encher lingüiça antes da bola efetivamente rolar.

Pois quando a bola rolar que o problema permanece. Consegue ficar realmente empolgado com uma Copa em que Espanha pinta como favorita? Itália e aquela fluidez ofensiva; Brasil de Dunga e o contra ataque, a jogada que nos melhor representa ao longo da história; a Inglaterra e sua eterna melhor geração desde 66; a Argentina e Maradona que... bem, é o Maradona. Isso porque eu nem citei as Coréias! Tudo isso ao som das vuvuzelas. Já tá entrando no clima?

Mas é Copa do Mundo, minha gente. É como sexo e pizza. Até quando é ruim, é bom. E o meu, o seu, o nosso Meia Boca estará presente na cobertura do mais grandioso evento da humanidade. Para humildademente começar os trabalhos, um motivo pelo qual todos devemos torcer contra a França nesse campeonato:




Acompanhe a partir do minuto 1:58 e eu nem vou precisar argumentar porque a Irlanda fará uma falta imensa no mundial. Você consegue imaginar um francês nesse estado? Um absurdo eles levarem a vaga na mão grande.

Apesar de tudo, expresso meus desejos de uma boa Copa - que seria infinitamente melhor com a permanência de Joel na seleção anfitriã. Fica o nosso protesto.

3.12.09

De volta. De novo.

Cá estamos, de volta.

Depois de quase dois anos de sumária ausência, o clima de Copa do Mundo toma conta dos nossos corações e nos faz sublimar - mais pela suspensão dos campeonatos que os nossos times jogam do que por um amor incodicional ao esquete canarinho - as diferenças e nos unirmos nesse ideal comum que é a magia, ah, a magia e a felicidade do futebol.

E aqui estamos novamente, prontos para mais esse evento absolutamente vazio de espírito esportivo, mas muito, muito rico em seus elementos materiais! Mas nossa esperança é tipo o fluminense: nada é impossível para ela!

Mas desde o ano de 2006, muita coisa mudou. Passamos de 3 promissores estudantes universitários à 3 desempregados sob rótulos diversos: mestrandos, concurseiros, indecisos... O que tem lá suas vantagens. Como, por exemplo, manter a tradição de acompanhar os jogos da liga dos campeões da Europa no meio das tardes bem no meio do semestre; acompanhar os amistosos internacionais da seleção naqueles horários absurdos... E retomar blogues há muito esquecidos para voltar a discutir um dos top-five-temas-preferidos da nossa agenda.

Em termos de futebol, alguns foram mais felizes do que outros; meus companheiros tricolores tem mais estrelas hoje do que em 2006 e, hoje, nosso campeonato brasileiro tem, como já foi exposto aqui, o Flamengo como líder na penúltima rodada, Tardelli artilheiro com um Adriano depressivo e Petkovic como a grande sensação do ano, o que já reforça a fala do nosso grande filósofo da história: alguma coisa superior e inexplicável está acontecendo. E sinceramente, vamos nos ater aos fatos: o Grêmio não precisaria fazer nenhum esforço pra perder pro Flamengo domingo. Qualquer gremista minimamente sensato (o que não é a regra, eu admito) já considera jogo fora como derrota, ou na melhooor das hipóteses, empate, desde a 15ª rodada.

No fim, acho que a prova mais contundente desse inexplicável campeonato brasileiro é o Fluminense. Temos que considerar, de novo, a relação entre a sensatez e as improbabilidades desse mundo futebolístico. Como diria uma amiga minha, num momento de alta iluminação futebolística, os nossos campeonatos de futebol, se dependessem só de organização, pagamento em dia e jogadores profissionais sérios e responsáveis, seria desafio sebrae, e não campeonato de futebol (que nesse sentido seria ganho pelo SPFC todo santo ano)!

Mas é isso, é por isso que a gente tá aqui. São esses motivos inexplicáveis que nos fazem voltar, afinal. O espírito da História, será ele; a providência dos santos e espíritos dos deuses do futebol; a mão do Henry.

Estamos todos procurando o Cantona que existe em cada um de nós!

Welcome Back, Meia-Boca!

Zeitgeist e dicas de apostas

Não vou dar de Cléber Machado e fingir que o campeonato não está decidido, que, na minha opinião, mas vocês sabem, opinião é opinião, essa é a minha, você tem a sua, ele tem a dele e ninguém está realmente certo, quatro times podem levantar a taça, que está tudo aberto e que é o campeonato brasileiro mais emocionante de todos os tempos. A chance do Grêmio jogar sério e não entregar o jogo é a mesma do Filipe ter caráter e, como o homem foi citado, do Cléber Machado ter opinião concreta sobre qualquer coisa. Portanto, Flamengo campeão brasileiro.

Temos, então, nos principais campeonatos do ano, três vencedores inesperados. Copa do Brasil, Corinthians campeão, sempre uma surpresa. Libertadores, o poderoso Estudiantes que, se tem Veron, suposto craque, tem Desábato, comprovadamente horrível. Finalmente, Brasileirão, Flamengo campeão com Petkovic andando e campo, pagando para jogar e Adriano em depressão.

Não é aleatório, mera coincidência. É o espírito do tempo. Eu desconfiava que algo do tipo aconteceria desde que Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Sim, ele pode. Repito: um negão com Hussein no nome foi escolhido Presidente dos Estados Unidos. A eleição dele foi o começo do momento dos excluídos, dos renegados. Depois, o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo. Desconfiei ainda mais. E aí, para não deixar mais dúvidas, Rio sede das Olimpíadas. Como qualquer time decente, competente e historicamente vencedor pode lutar contra a vontade de ferro do espírito do tempo? É impossível. O tricolor lutou contra a força que move a história. Dela não se ganha. Ah, mais uma prova: Tardelli artilheiro do Brasileirão.
Tendo analisado e compreendido qual o sentido do espírito do tempo, qual a lógica que move a história atual do mundo, dou dicas para apostas futuras. Campeonato Mundial de Clubes: nada de apostar no Barcelona, o campeão será um time árabe. Copa do Mundo: só aposte no Brasil se Elano estiver em campo, ele é fracassado e ruim o suficiente para seduzir o espírito do tempo a favorecer a seleção. Caso contrário, aposte em uma seleção africana.
E agora é torcer para o espírito do tempo pegar gripe suína, ficar o ano que vem inteiro de molho e deixar a história em paz. Não quero ver Corinthians campeão da Libertadores e, sei lá, Heloisa Helena presidente do Brasil. Torçamos.